D'Bandada 2015
por francisco vaz, 20 de setembro, 22:29
Esse evento do anda para cá e para lá que é o D'Bandada, voltou a decorrer sábado dia 12 de Setembro. Nessa amálgama de pessoas que se cruzam, se tocam e que se falam, o espaço para ver concertos acaba por ser algo reservado só para alguns. O que é normal visto que passaram mais de 200.000 pessoas pelos 21 palcos (números da organização).
Coelho Radioactivo começava a sua actuação às 16:40 com um Café Au Lait completamente cheio e a criar uma coluna de pessoas que ia até ao outro lado da rua. As cabeças iam-se movendo para tentar ver a persona que se encontrava no palco. "Quem é que está a actuar?", "O Coelho é muito bom a escrever", "Quem é a seguir?" ou "Gostava de ir mais para a frente" eram as frases que se iam ouvindo repetidas na multidão.
E a seguir foi a vez de Pega Monstro (não no Café Au Lait, no Maus Hábitos). Depois de perder alguns minutos na sala errada, cheguei àquela em que algo se passava. A energia e à vontade daquelas duas raparigas, que lhes é tão característica, faziam saltar um Maus Hábitos cheio. As silhuetas criadas pelo contra luz que a janela causava davam uma certa intensidade ao momento. Haveria uma quebra na sonoridade e postura ao começar Filho da Mãe e Ricardo Martins (não na quantidade de gente que assistia). Mas uma quebra positiva.
Se o ritmo se mantivesse ia ser problemático, pois seriam duas horas aos saltos. Havia que poupar o corpo para Plus Ultra, Gin Party Sound System e claro, para saltar de uns lados para os outros.
ÉME a actuar no largo da Igreja de Santo Ildefonso, acompanhado pela baterista de Pega Monstro (Júlia Reis), pelo vocalista de Iguanas (Lourenço, que com Éme se encarrega das Teclas) e com o baixista de Putas Bêbadas, Miguel Abreu. Foi o regresso ao Porto depois da actuação no alma em formol dia 24 de Abril. Foi mais uma vez bem recebido, conseguindo dar um dos únicos concertos em que se conseguia estar à vontade por haver espaço para circular (não deixando de ter muita gente a assistir).
Fazia-se adivinhar a alegria dele por regressar à invicta ao vê-lo no Maus Hábitos a assistir ao concerto das colegas Pega Monstro, onde ele (enquanto João Marcelo), Miguel Abreu e Bernardo Fachada davam saltos e riam animando ainda mais a zona em que se encontravam.
Flamingos! Este foi o concerto mais íntimo, ali num Passos Manuel cheio. Dois miúdos a chegarem a várias faixas etárias (a quantidade de crianças que se viam durante todo o D'Bandada era enorme, com os seus balões coloridos que fazem uma clara propaganda à NOS. Durante o concerto de Flamingos apenas um balão saltitava por entre as cadeiras).
Mesmo no ambiente introspectivo, sentia-se uma união entre as pessoas. Especialmente na Souvenir, que refere os amigos que partiram para outros países. A saudade e nostalgia dos bons tempos passados em conjunto. Claro que quem estava contextualizado conseguia sentir essa energia positiva de uma forma mais clara.
Plus Ultra a soltarem um qualquer demónio na sala do Plano B. Talvez a alta temperatura viesse daí. Se não fosse por seguir a fotografa que me acompanhava dificilmente conseguiria chegar à frente. Ao lá chegar havia uma moche tremenda. Com o vocalista, Gon a pedir cervejas e a enfiar os dedos na boca como se precisasse daquilo para sobreviver. "Caralho, tenho senhas, alguém me traz isso?". Ao ver o objectivo atingido fez uma vénia a quem lhe foi buscar o que queria. Uma expressão neurótica e algo demente estampava-se na cara dele.
Isto mais o crowdsurf para que ele se atirou (juntamente com os jovens que se encontravam na plateia) enquanto se contorcia como se o estivessem a prender, fez deste sítio um ponto obrigatório para se estar à meia noite. Parabéns a vocês Plus Ultra.
Coelho Radioactivo começava a sua actuação às 16:40 com um Café Au Lait completamente cheio e a criar uma coluna de pessoas que ia até ao outro lado da rua. As cabeças iam-se movendo para tentar ver a persona que se encontrava no palco. "Quem é que está a actuar?", "O Coelho é muito bom a escrever", "Quem é a seguir?" ou "Gostava de ir mais para a frente" eram as frases que se iam ouvindo repetidas na multidão.
E a seguir foi a vez de Pega Monstro (não no Café Au Lait, no Maus Hábitos). Depois de perder alguns minutos na sala errada, cheguei àquela em que algo se passava. A energia e à vontade daquelas duas raparigas, que lhes é tão característica, faziam saltar um Maus Hábitos cheio. As silhuetas criadas pelo contra luz que a janela causava davam uma certa intensidade ao momento. Haveria uma quebra na sonoridade e postura ao começar Filho da Mãe e Ricardo Martins (não na quantidade de gente que assistia). Mas uma quebra positiva.
Se o ritmo se mantivesse ia ser problemático, pois seriam duas horas aos saltos. Havia que poupar o corpo para Plus Ultra, Gin Party Sound System e claro, para saltar de uns lados para os outros.
ÉME a actuar no largo da Igreja de Santo Ildefonso, acompanhado pela baterista de Pega Monstro (Júlia Reis), pelo vocalista de Iguanas (Lourenço, que com Éme se encarrega das Teclas) e com o baixista de Putas Bêbadas, Miguel Abreu. Foi o regresso ao Porto depois da actuação no alma em formol dia 24 de Abril. Foi mais uma vez bem recebido, conseguindo dar um dos únicos concertos em que se conseguia estar à vontade por haver espaço para circular (não deixando de ter muita gente a assistir).
Fazia-se adivinhar a alegria dele por regressar à invicta ao vê-lo no Maus Hábitos a assistir ao concerto das colegas Pega Monstro, onde ele (enquanto João Marcelo), Miguel Abreu e Bernardo Fachada davam saltos e riam animando ainda mais a zona em que se encontravam.
Flamingos! Este foi o concerto mais íntimo, ali num Passos Manuel cheio. Dois miúdos a chegarem a várias faixas etárias (a quantidade de crianças que se viam durante todo o D'Bandada era enorme, com os seus balões coloridos que fazem uma clara propaganda à NOS. Durante o concerto de Flamingos apenas um balão saltitava por entre as cadeiras).
Mesmo no ambiente introspectivo, sentia-se uma união entre as pessoas. Especialmente na Souvenir, que refere os amigos que partiram para outros países. A saudade e nostalgia dos bons tempos passados em conjunto. Claro que quem estava contextualizado conseguia sentir essa energia positiva de uma forma mais clara.
Plus Ultra a soltarem um qualquer demónio na sala do Plano B. Talvez a alta temperatura viesse daí. Se não fosse por seguir a fotografa que me acompanhava dificilmente conseguiria chegar à frente. Ao lá chegar havia uma moche tremenda. Com o vocalista, Gon a pedir cervejas e a enfiar os dedos na boca como se precisasse daquilo para sobreviver. "Caralho, tenho senhas, alguém me traz isso?". Ao ver o objectivo atingido fez uma vénia a quem lhe foi buscar o que queria. Uma expressão neurótica e algo demente estampava-se na cara dele.
Isto mais o crowdsurf para que ele se atirou (juntamente com os jovens que se encontravam na plateia) enquanto se contorcia como se o estivessem a prender, fez deste sítio um ponto obrigatório para se estar à meia noite. Parabéns a vocês Plus Ultra.
E Gin Party começavam também à meia noite. Ao chegar ao Maus Hábitos sentia-se a animação daquele colectivo de djs. Não havendo muito por onde circular devido à enchente, havia ainda assim espaço para dançar. Paradoxal? Um pouco.
O calor não ajudava muito, mas mesmo assim havia muita gente disposta a aguentar com ele para poder aproveitar a eurodance.
Só sairiam do palco por volta das 7 da manhã, alongando assim 3 horas o set. E fizeram-no porque podiam. Porque a gente assim o quis.
Há que referir o ruído sonoro e visual que se cirou. Não há nada a fazer quando 200.000 pessoas se decidem mobilizar. Nada a fazer contra o poder monetário de uma NOS que sabe como mexer com as massas. Com todas as cores do seu logo, que cativam os olhares, os balões aos saltos, as barracas de pipocas que se encontram pelo porto ao longo do ano, que escapam aos olhares das grandes empresas, mas que neste dia tinham um autocolante a dizer "NOS". Mas que de vós nada tem. Há um fosso entre as pessoas que vêm para as ruas à noite tentar ganhar dinheiro e uma empresa que o ganha como quer porque as receitas entram por todo o lado.
No entanto há que dar os parabéns à NOS por conseguir o que quer na perfeição. O nome por todo o lado, o caos da mobilização, um estudo de mercado competente.
À organização há que dar os parabéns pela escolha de artistas como Éme, Plus Ultra, Pega Monstro, Stone Dead, Flamingos, Gin Party Sound System, Filho da Mãe e Ricardo Martins, Coelho Radioactivo, Tó Trips, Xinobi, Moulinex, Nuno Prata, O.G.B.E.. Pelo trabalho de assessoria, de planeamento de 78 actuações de projectos musicais. E por darem a conhecer a música portuguesa.
O calor não ajudava muito, mas mesmo assim havia muita gente disposta a aguentar com ele para poder aproveitar a eurodance.
Só sairiam do palco por volta das 7 da manhã, alongando assim 3 horas o set. E fizeram-no porque podiam. Porque a gente assim o quis.
Há que referir o ruído sonoro e visual que se cirou. Não há nada a fazer quando 200.000 pessoas se decidem mobilizar. Nada a fazer contra o poder monetário de uma NOS que sabe como mexer com as massas. Com todas as cores do seu logo, que cativam os olhares, os balões aos saltos, as barracas de pipocas que se encontram pelo porto ao longo do ano, que escapam aos olhares das grandes empresas, mas que neste dia tinham um autocolante a dizer "NOS". Mas que de vós nada tem. Há um fosso entre as pessoas que vêm para as ruas à noite tentar ganhar dinheiro e uma empresa que o ganha como quer porque as receitas entram por todo o lado.
No entanto há que dar os parabéns à NOS por conseguir o que quer na perfeição. O nome por todo o lado, o caos da mobilização, um estudo de mercado competente.
À organização há que dar os parabéns pela escolha de artistas como Éme, Plus Ultra, Pega Monstro, Stone Dead, Flamingos, Gin Party Sound System, Filho da Mãe e Ricardo Martins, Coelho Radioactivo, Tó Trips, Xinobi, Moulinex, Nuno Prata, O.G.B.E.. Pelo trabalho de assessoria, de planeamento de 78 actuações de projectos musicais. E por darem a conhecer a música portuguesa.
Fotografias por Marco Duarte