NOS Primavera Sound - Dia 2
por francisco vaz, 13 de junho, 19:41
Como tinham falado, o bom tempo chegou ao Primavera. Não no primeiro dia, talvez por capricho, mas ao segundo. Próprio para relaxar, até porque Banda do Mar, Patti Smith & Band perform Horses e José González haviam de estar em concordância com o tempo e a ambiência.
Patti Smith & Band perform Horses tratava de, durante 1 hora e 10 minutos, pôr as pessoas num estado que fica algures entre o contemplador (por causa da beleza do cenário de fim de tarde) e o irrequieto. Já se tinha ficado com uma noção de que a idade não a afectou, antes pelo contrário, ela encaixa perfeitamente na casa dos 60. À banda que a acompanha pede-se que aguentem o seu ritmo, coisa que conseguem facilmente fazer.
A seguir, às 20:10 começava José González que tinha público até ao fim da clareira e que tinha o pôr-de-sol a marcar presença. Concerto também pautado pela serenidade, sem saltos, com uma sonoridade e ambiente que levava a que as pessoas se embalassem.
Mas a calma só ia durar até Electric Wizard. Projecções coerentes com a atuação, mas que podem ter sido o defeito do concerto. Defeito porque eram apelativas, chamavam à atenção, desviando a atenção da banda. Como Robert Bresson defendia que a fotografia e música num filme não pode ser notada. Caso contrário desvia do que importa.
Mas coube-lhes aumentar a intensidade da noite, pôr toda a gente liberta. A prever um pouco Run The Jewels talvez.
Sun Kil Moon presentearam as pessoas com uma das músicas mais belas do festival "Carissa". Mas a diferença de estilos com Electric Wizard prejudicaram a actuação. A adrenalina e excitação foram anuladas pela melancolia (não aborrecimento) e ambiente saudosista, com um Neil Halstead (vocalista de Slowdive) a tocar guitarra sentado e a acompanhar na voz, dando um toque ébrio.
Mas o concerto que o seguiu foi bem escolhido. Parecendo que se voltava a uma infância feliz, com sorrisos da parte de quem assistia, Belle & Sebastian vieram pôr as pessoas em empatia com o próximo. Fazia já uma ponte para Antony and the Johnsons, criando uma certa harmonia.
Houve quem dissesse que Antony and the Johnsons foi um fraco concerto. Talvez por ser desenquadrado do contexto de festival. Não do Primavera. Muito em conta pelos pedidos da banda. Não houve mais actuações enquanto eles estiveram em palco. Era necessário silêncio para uma actuação com a Orquestra do Porto, em que o mínimo barulho atrapalharia. É algo invulgar neste tipo de contextos (não a Orquestra) um concerto que exige tanta cooperação por parte do público, pois normalmente há imenso ruído. Além disso, não é habitual os concertos pararem por uma banda.
Mas tudo foi anulado com a actuação de Run The Jewels, que criaram o caos com a sua postura, em cabeças que já estavam confusas por se ter que fazer a decisão entre Run The Jewels, Ariel Pink e Jungle (várias vozes defenderam que Ariel Pink e Jungle foram grande festa). A agitação e entusiasmo estavam em alta.
Faltavam ainda Movement e Marc Pinõl, que preparavam o amanhecer do terceiro dia. E nesse passar da noite para o dia era como se se voltasse ao início do segundo dia, com pessoas que se moviam sem mostrar qualquer cansaço.
Patti Smith & Band perform Horses tratava de, durante 1 hora e 10 minutos, pôr as pessoas num estado que fica algures entre o contemplador (por causa da beleza do cenário de fim de tarde) e o irrequieto. Já se tinha ficado com uma noção de que a idade não a afectou, antes pelo contrário, ela encaixa perfeitamente na casa dos 60. À banda que a acompanha pede-se que aguentem o seu ritmo, coisa que conseguem facilmente fazer.
A seguir, às 20:10 começava José González que tinha público até ao fim da clareira e que tinha o pôr-de-sol a marcar presença. Concerto também pautado pela serenidade, sem saltos, com uma sonoridade e ambiente que levava a que as pessoas se embalassem.
Mas a calma só ia durar até Electric Wizard. Projecções coerentes com a atuação, mas que podem ter sido o defeito do concerto. Defeito porque eram apelativas, chamavam à atenção, desviando a atenção da banda. Como Robert Bresson defendia que a fotografia e música num filme não pode ser notada. Caso contrário desvia do que importa.
Mas coube-lhes aumentar a intensidade da noite, pôr toda a gente liberta. A prever um pouco Run The Jewels talvez.
Sun Kil Moon presentearam as pessoas com uma das músicas mais belas do festival "Carissa". Mas a diferença de estilos com Electric Wizard prejudicaram a actuação. A adrenalina e excitação foram anuladas pela melancolia (não aborrecimento) e ambiente saudosista, com um Neil Halstead (vocalista de Slowdive) a tocar guitarra sentado e a acompanhar na voz, dando um toque ébrio.
Mas o concerto que o seguiu foi bem escolhido. Parecendo que se voltava a uma infância feliz, com sorrisos da parte de quem assistia, Belle & Sebastian vieram pôr as pessoas em empatia com o próximo. Fazia já uma ponte para Antony and the Johnsons, criando uma certa harmonia.
Houve quem dissesse que Antony and the Johnsons foi um fraco concerto. Talvez por ser desenquadrado do contexto de festival. Não do Primavera. Muito em conta pelos pedidos da banda. Não houve mais actuações enquanto eles estiveram em palco. Era necessário silêncio para uma actuação com a Orquestra do Porto, em que o mínimo barulho atrapalharia. É algo invulgar neste tipo de contextos (não a Orquestra) um concerto que exige tanta cooperação por parte do público, pois normalmente há imenso ruído. Além disso, não é habitual os concertos pararem por uma banda.
Mas tudo foi anulado com a actuação de Run The Jewels, que criaram o caos com a sua postura, em cabeças que já estavam confusas por se ter que fazer a decisão entre Run The Jewels, Ariel Pink e Jungle (várias vozes defenderam que Ariel Pink e Jungle foram grande festa). A agitação e entusiasmo estavam em alta.
Faltavam ainda Movement e Marc Pinõl, que preparavam o amanhecer do terceiro dia. E nesse passar da noite para o dia era como se se voltasse ao início do segundo dia, com pessoas que se moviam sem mostrar qualquer cansaço.